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"Nós somos os primos"


Vou tomar emprestada a fala da youtuber Jout Jout para começar o texto de hoje sobre o filme Capitão Fantástico (2016), pois se há uma reflexão verdadeira a respeito desse filme é a constatação de que nós, todos nós, somos os primos. Mas quem são os primos? São dois meninos que aparecem no filme Capitão Fantástico e que, se você o assistiu, saberá quem são. Se não assistiu, quando os vir, saiba que eles representam o resultado da maneira como nossos pais nos criaram e de como provavelmente criaríamos ou criamos nossos filhos. O filme é justamente a síntese desses modos de criação e da alternativa que um pai encontrou para criar e educar seus seis filhos.


Claro que não vamos ficar aqui debatendo sobre os modos de criação dos filhos atualmente até porque eu não tenho propriedade para falar sobre isso. O que interessa é a identificação imediata que o filme promove com os personagens “antagonistas” - no caso os famosos primos- ao mesmo tempo em que nos identificamos de maneira profunda com os personagens principais.


Mas vamos ao enredo: o filme narra a história de um casal que decide morar na floresta, onde são criados seus seis filhos. Logo nos primeiros minutos do filme, a mãe, que até então não havia aparecido, morre em um hospital no qual estava internada por ter transtorno bipolar. A morte da mãe desencadeia uma reação na família de querer reencontrá-la, mesmo que morta, e de realizar seu último desejo. A missão então é partir em busca da mãe numa viagem que trará à tona, a meu ver, a parte mais interessante do filme: as nada sutis críticas ao nosso modo de viver e de ser. Em contrapartida, a civilização também ensina às crianças que existem algumas “regras” ocultas na interação humana que não são aprendidas em livros ou em família e que só a convivência traz o domínio desse difícil jogo que é se socializar.


É por esse diálogo entre o aprendizado intuitivo e de sobrevivência ao qual as crianças estavam acostumadas e o domínio das regras de convivência que a civilização tende a proporcionar que o filme se torna primoroso. A conclusão não é querer ir morar na floresta, por mais que dê vontade depois de conhecer as crianças do filme, mas é rever as escolhas que estão sendo tomadas para garantir o desenvolvimento da nossa civilização.



Falando assim parece que o filme é super filosófico rsrs, mas na verdade ele é bem divertido e consegue, sem meias palavras, propor discussões importantes, muitas risadas e muita emoção também.

E... é assim que é o filme Capitão Fantástico.

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